É fome ou só vontade de comer?
- carlafinger
- há 6 dias
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Você já sentiu uma vontade de comer do nada, mesmo tendo acabado de fazer uma refeição? Já devorou um pacote de biscoitos sem nem perceber? Ou abriu a geladeira só porque estava entediada, estressada ou triste?
Isso não é fome de verdade, mas um impulso para tentar aliviar o stress, distrair a mente ou buscar conforto. Diferentemente da fome física, que aparece aos poucos e se resolve com qualquer comida, a fome emocional faz a gente comer, mas não satisfaz. Às vezes até se sente pior depois.
Não é simples distinguir uma da outra. Mas saber identificar o que realmente está por trás da vontade de comer é essencial para ter uma relação mais consciente e saudável com a comida.
Fome física x fome emocional
A fome física é real. Ela chega devagar, com o estômago roncando, uma leve irritação ou falta de energia. Qualquer comida resolve, como arroz e feijão, uma fruta ou um lanche rápido. Você come, se sente satisfeita e para. E dificilmente sente culpa porque supriu algo que o seu corpo precisava.
Já a fome emocional é outra história. Ela aparece do nada e dá aquela vontade louca de comer algo específico, em geral doce, gorduroso ou calórico. Nada mais serve. Você come rápido, quase sem perceber. Mesmo estando cheia, ainda quer mais. E quando acaba, vem o arrependimento.
Por que isso acontece?
O stress e a ansiedade são gatilhos importantes. Eles aumentam a produção de cortisol, o hormônio que estimula o desejo por alimentos que trazem prazer imediato. Isso ativa o sistema de recompensa do cérebro, como uma forma rápida de buscar conforto. O tédio também é um gatilho. Comer serve para distrair e preencher um vazio.
Como saber se é fome real ou emocional?
Faça um teste simples, pergunte a si mesma: “Eu comeria agora uma fruta ou arroz e feijão?”. Se a resposta for sim, provavelmente é fome de verdade. Se for não, talvez seja só uma vontade passageira – ou um hábito emocional.
Buscar conforto não é um problema, mas é preciso fazer isso com consciência. Quando a vontade de comer aparece, procure reconhecer o que está sentindo (estou mesmo com fome? Ou só tentando preencher outra coisa? Será que é tédio, tristeza, cansaço?).
Experimente buscar alternativas, algo que traga conforto, mas sem envolver comida. Está desanimada? Ligue para alguém que faz você se sentir bem. Ansiosa? Coloque uma música ou vá dar uma volta para liberar as energias. Exausta? Prepare um chá e descanse no sofá. Entediada? Tente algo manual, como tricô, cuidar de plantas ou reorganizar suas coisas em casa.
Um toque para facilitar
Da próxima vez que não conseguir resistir àquela vontade de comer que veio do nada, pare e pense depois. Anote num caderninho:
- o que queria comer
- como estava se sentindo antes
- o que estava chateando ou incomodando você
- como se sentiu enquanto comia e
- e como se sentiu depois.
Com o tempo, você vai observar um padrão. Talvez esta vontade apareça em dias estressantes ou depois de conversas desgastantes.
Quando você reconhece o que está por trás da vontade de comer, pode decidir como agir. Ao entender melhor a sua relação com a comida, é possível encontrar maneiras mais saudáveis de lidar com o que está sentindo.



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